Ninguém consegue explicar o motivo da morte de Ribamar, tido como pessoa benquista
Ninguém sabe ao certo o motivo, mas pouco antes do amanhecer de ontem, segunda-feira (26), por volta das 5 horas, o trabalhador José Ribamar Feitosa Costa, 58 anos, foi friamente assassinado com pelo menos três disparos de arma de fogo, no Bairro Santa Rosa, Velha Marabá. O crime ocorreu na Rua Silvino Santis, enquanto José se encaminhava da Travessa Pará, onde morava, para a Avenida Antônio Maia, onde pegava o ônibus diariamente com destino ao frigorífico no qual trabalhava.
Entre as pessoas que presenciaram o crime ninguém quis se identificar, porém algumas delas informaram à Reportagem do CT que viram dois homens chegarem em uma motocicleta preta. O carona teria descido do veículo e se encaminhado em direção a Ribamar, que ainda correu por alguns metros, mas foi alcançado e baleado à queima roupa.
Dois tiros atingiram o peito e um terceiro foi efetuado na cabeça de José. Enquanto isso, o comparsa que pilotava a moto ficou a postos aguardando para auxiliar caso fosse necessário e garantir a rápida fuga da dupla.
As mesmas pessoas garantem conhecer os assassinos como sendo provenientes da "Rua da Bala", como é conhecida a Travessa São Pedro, área famosa entre a população pela presença de pistoleiros e traficantes.
À QUEIMA ROUPA
Segundo o perito criminal Felipe, que esteve no local com a equipe do Centro de Perícias Científicas "Renato Chaves" para fazer o levantamento do local do crime, os disparos foram feitos de uma distância bastante curta. "Foram três tiros encostados nele. Demais detalhes só podem ser apurados durante a necropsia”, afirmou.
O cadáver foi posteriormente examinado pelos médicos legistas do Instituto Médico Legal (IML). “Tem dois projéteis que estão alojados no corpo e depois de recuperados podem ser examinados para se determinar o calibre exato da arma utilizada”, explicou o perito.
Ainda segundo Felipe, o crime tem sinais de execução justamente porque os tiros foram efetuados próximos ao corpo. Ou seja, a intenção realmente era matar José Ribamar. “Nada foi roubado dele. A carteira estava em sua posse e havia dinheiro nela, que foi devolvida para a família. Essa foi mais uma morte violenta aqui na cidade de Marabá”, constatou.
SEM MOTIVO
Apesar de nada ter sido roubado da vítima, a família acredita que a intenção tenha sido essa e a Polícia Civil trabalha inicialmente na mesma direção. Isso porque José Ribamar era tido como um homem sem características que motivassem um assassinato. É o que acredita, por exemplo, a sobrinha dele, Marileide Costa, que esteve no IML fazendo a identificação do corpo. "Ele era trabalhador, não tinha problemas com ninguém e ia pegar o ônibus para trabalhar como fazia todos os dias. Esse é o percurso que ele sempre fazia", informou.
José Ribamar era casado e pai de seis filhos, todos adultos. "Ele nunca teve problemas na rua, nunca foi preso, não bebia, não fumava. Era evangélico", garantiu a sobrinha. A tragédia abalou ainda mais a família que há um mês perdeu outro ente querido. “Meu avô acabou de morrer e agora o meu tio. Estamos arrasados, mas não queremos vingança. Queremos apenas que a polícia faça seu trabalho já que a Justiça Divina é sempre correta”, acredita.
INVESTIGAÇÕES
Baseada no relato feito pela família, a respeito da vida pregressa de José Ribamar, a Divisão de Homicídios da Polícia Civil, está tratando o crime como latrocínio, mas de forma alguma foram descartadas outras opções, devido à brutalidade da morte e ao fato de nada ter sido levado. O escrivão do departamento, Rui Queiroz, informou que o boletim de ocorrência ainda não foi registrado por conta da queda do sistema, devido ao roubo de cabos do sistema Navega Pará ocorrido na madrugada de segunda-feira na Rodovia PA-150.
Apesar disso, um irmão da vítima foi ouvido pelos policiais e também garantiu que José Ribamar não possuía desavenças. Como ninguém da família presenciou o fato, na tarde de ontem, a equipe de homicídios saiu às ruas em busca de mais informações e com a missão de procurar tanto testemunhas do crime quanto pessoas que pudessem relatar algum outro motivo para tamanha violência.
Um comentário:
Diferentemento do que noticiou o jornal local "Opinião", o DPIH não está "parado" e em ação conjunta com o GTO/PM consegiu prender os envolvidos no caso, localizou e apreendeu armas de fogo, inclusive a que foi usada no crime. Parabéns aos policiais do GTO e equipe do Homicídios pelas prisões e apreensões. DPC Bismarck
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